segunda-feira, 5 de novembro de 2007

PBR - Las Vegas


McBride fatura seu segundo título mundial

Etapa de Las Vegas foi vencida por Wiley Petersen
A PBR finalmente conheceu o seu campeão. Pela segunda vez, o título fica nas mãos de Justin McBride. O peão norte-americano de 28 anos fez uma temporada impecável e mereceu a conquista. Na etapa de Las Vegas, compostas por dois finais de semana, McBride soube administrar a enorme vantagem construída ao longo do campeonato. Após cair em todos os animais na primeira semana, o atleta se recuperou e parou em quatro dos cinco animais que montou no final de semana decisivo e faturou o prêmio de 1 milhão de dólares. O campeão da etapa de Las Vegas foi o norte-americano Wiley Petersen. Guilherme Marchi ficou com o 2º lugar tanto na etapa de Las Vegas, quanto no campeonato mundial. Uma campanha muito honrosa. Marchi merece todo reconhecimento, acredito que Deus um dia premiará esse garoto com o título mundial, de qualquer jeito ele vem representando muito bem o Brasil e pelo menos lá fora ele é muito querido.

Na noite de quinta-feira, os peões entram na arena de Las Vegas para a disputa do quarto round. Justin McBride mostrou toda sua competência ao parar sobre Sports Machine. Chuva de papel para ele e mais 90 pontos no bolso. O peão nascido no Estado de Oklahoma também contou com a sorte ao ver Guilherme Marchi ser derrubado por Cochise, touro que teve a melhor nota da noite. Renato Nunes mais uma vez obteve um bom resultado, assim como Valdiron de Oliveira. Os vencedores da noite foram Brendon Clark e Wiley Petersen, ambos conseguiram 90, 25 pontos. Uma diferença nem pequena em relação a McBride.

No quinto round, a competição começou a ficar boa para Justin McBride. Com 91,25 pontos em cima de Walk the Line, o norte-americano obteve a melhor nota do dia, levando para casa um cheque de 10 mil dólares e conquistando 400 pontos extras. Nesta noite, 20 peões se sobressaíram sobre os animais, Mesmo com 86,50 pontos em cima de Barbosa, Guilherme Marchi conseguiu apenas a 14ª colocação da rodada. Wiley Petersen mostrou toda a sua regularidade e obteve mais uma parada, com 88 pontos sobre o touro Red Rooster. Renato Nunes que vinha bem, não foi páreo para Black Smoke. O melhor brasileiro do dia foi Robson Palermo que ficou em 7º com 88,25 pontos.

A noite de sábado praticamente decidiu o título mundial. Justin McBride repetiu a façanha do dia anterior e faturou o sexto round ao parar sobre Bad Action e garantir a nota 91,25, a melhor do dia. O atleta mais uma vez faturou os 400 pontos extras e levou para a casa 20 mil dólares. O animal montado por McBride se saiu muito bem e ajudou o peão norte-americano. Mesma sorte não teve Guilherme Marchi. O atleta brasileiro montou em cima de Scentloc, o animal não mostrou potencial nenhum o que derrubou a nota de Guilherme, que dos 11 que pontuaram, ficou com a pior nota, apenas 84,25 pontos. Mais uma vez, o destaque brasileiro foi Robson Palermo, o peão campeão mundial do Circuito Nacional de Rodeio de 2005, fez 86,25 pontos sobre Brother Jake e ficou na 6ª colocação. Wiley Petersen com 86 pontos sobre Red Alert manteve a liderança da etapa de Las Vegas.

O grande dia finalmente chegou. Todos estavam prontos para coroar o ano incrível de Justin McBride, campeão de oito etapas da PBR ao longo do ano (Sacramento, Tampa, New Orleans, Kansas City, Omaha, Auburn Hills, Dallas e Greensboro), um recorde. A expectativa também era em torno de quem venceria a etapa de Las Vegas, a mais importante do circuito. Wiley Petersen mostrou que estava a fim dessa conquista e venceu seu segundo round na competição. O último antes do short-go. O atleta obteve 90,50 pontos sobre o touro Booger Butt. Mais uma vez, Petersen teve que dividir a premiação com alguém, já que Jared Farley também conseguiu os mesmos 90,50 pontos. Ambos colocaram no bolso um cheque de 17 mil e 500 dólares. Guilherme Marchi foi derrubado por Stetson’s Rock Star e não pontuou. Justin McBride também não conseguiu conter a fúria de Black Smoke. Robson Palermo mostrou toda sua regularidade ao ficar os oito segundos em cima de Shane, conseguindo 88,25 pontos e garantindo lugar no short-go. Valdiron de Oliveira também pontuou na montaria sobre Jersey Joe e garantiu sua presença no short-go. Agnaldo Cardozo conseguiu a parada, mas não foi bem na competição e ficou de fora do oitavo e decisivo round. Renato Nunes e Guilherme Marchi também garantiram seus lugares naquele que seria o momento mais esperado do dia. Wiley Petersen com seis montarias completas das sete possíveis já tinha uma boa vantegem em relação a Marchi que precisava de um milagre para conquistar o título de Las Vegas.

A noite chegou, e os touros estavam impossíveis no short-go. Todos foram ficando pelo caminho, entre eles os brasileiros Renato Nunes, Robson Palermo e Valdiron de Oliveira. Dos 15 peões que montaram apenas 3 deles conseguiram completar os oito segundos. E não poderiam ser outros, foram justamente os três melhores atletas ao longo do ano. O grande vencedor do short-go foi J.B. Mauney com 92,75 pontos em cima de Cooperhead Slinger. O rookie de 2007 terminou o ano em uma honrosa 3ª colocação no campeonato. Guilherme Marchi parou em cima de Savage Skaker, também ganhou chuva de papel ao obter nota 90,50. Mas sua pontuação acabou sendo insuficiente para que o peão de Leme faturasse o título de Las Vegas. Wiley Petersen, mesmo sendo derrubado por Troubadour levantou o caneco tão cobiçado. O norte-americano de 28 anos terminou a competição com 531,25 pontos após as oito rodadas. Foi à segunda etapa vencida por Petersen no ano, com certeza a maior conquista de sua carreira. O norte-americano é profissional da PBR desde 2000 e este ano já havia vencido em Uncasville. Guilherme Marchi foi o 2º com 524,50 pontos. Em 3º ficou Kody Lostroh com 446. J. B. Mauney ficou com o 4º lugar e Justin McBride terminou a etapa de Las Vegas na 5ª posição.

Justin McBride coroou o título da PBR ao encerrar de forma brilhante sua participação no ano. O touro Camo tentou estragar a noite, mas McBride com toda sua técnica garantiu os oito segundos, fez 92,25 pontos e saiu comemorando embaixo de muita chuva de papel. Foi o fim de uma grande temporada para McBride que faturou seu segundo título mundial em um intervalo de três anos. O troféu de campeão mundial está em ótimas mãos. Guilherme Marchi bateu na trave mais uma vez, quem sabe 2008 não seja o ano do Sabão. Ele merece muito essa conquista. Novos nomes surgem, como Robson Palermo, Renato Nunes. O pessoal da velha guarda também segue firme, quem sabe em 2008 não teremos um tetra-campeão, Adriano Moraes lutará muito por isso. O Brasil está muito bem representado e o ano que vem promete muito. Até lá, o melhor do mundo seguirá sendo Justin McBride.


Wiley Petersen, campeão da etapa de Las Vegas



O mundo é dele: Justin McBride

terça-feira, 30 de outubro de 2007

PBR - Las Vegas (1º final de semana)

Marchi e Losthoh são os únicos invictos após três rounds

Guilherme Marchi está aproveitando bem as pontuações extras e vem aos poucos diminuindo a enorme vantagem que Justin McBride tem no campeonato da PBR. A etapa de Las Vegas definirá quem será o campeão de 2007. Serão oito round ao todo, três foram disputados no último final de semana.

A disputa começou muito boa para o Brasil. No primeiro dia de competição, Renato Nunes fez uma montaria fantástica e cravou 91,25 pontos sobre Grey Dog. A maior nota da noite. O brasileiro levou para casa um cheque de 20 mil dólares e 400 pontos de bônus. Outro que superou os 90 pontos foi Kody Losthoh, ele obteve nota 90,50 em cima do touro Bad Medicine. Guilherme Marchi parou em El Presidente, mas com 86,50 pontos ficou longe dos líderes, somando apenas 20 pontos extras. Robson Palermo, Ednei Caminhas, Paulo Crimber e Adriano Moraes também pararam. O líder do campeonato Justin McBride foi derrubado por Smash Hit.

No segundo round, mais uma vitória brasileira. Kody Lostroh, mais uma vez, bem que tentou estragar a festa, mas por 0,25 pontos de diferença, a noite foi de Guilherme Marchi. O peão de Leme obteve nota 90,75 sobre Firewater e conquistou mais 400 pontos na luta pelo título, além de embolsar um cheque de 20 mil dólares. Apenas 11 atletas pontuaram nessa segunda etapa, entre eles o brasileiro Renato Nunes. Justin McBride não deu conta de Gnash e mais uma vez não pontuou.

No terceiro e último dia de competições do final de semana, nenhum peão conseguiu superar a barreira dos 90 pontos. Com isso, Bruian Canter faturou a rodada com os 89,50 pontos conquistados ao montar sobre Palace Station Deuces Wild. Guilherme Marchi parou em Grey Dog, mas com 86 pontos, ficou apenas na 12ª colocação, não somando pontos extras. O destaque brasileiro da noite foi João Mauro Kugel, o campeão da PBR Brasil 2007 se recuperou das duas quedas anteriores e parou em cima de Cadillac Man, obtendo nota 88,50, conseguindo uma boa 4ª colocação. O que significou 225 pontos extras no campeonato e um cheque de 6 mil 250 dólares. Valdiron de Oliveira e Paulo Crimber também conseguiram completar os oito segundo montaria. Nesta fase 16 atletas tiveram pontuação. Justin McBride mais uma vez decepcionou ao ser derrubado pelo animal Brass Monkey e segue zerado na grande final.

Após o término das três primeiras rodadas, a liderança de Las Vegas pertence a Kody Lostroh com 966,75 pontos. O norte-americano tem uma boa vantagem em cima de Guilherme Marchi que vem em 2º com 683,25, em 3º está Brian Canter com 678,75 e em 4º Renato Nunes que somou até agora 628 pontos. Esse foi só o primeiro final de semana de disputa. No próximo domingo conheceremos o grande vencedor de Las Vegas e também o campeão da temporada 2007.



Guilherme Marchi montando o touro Firewater no 2º round

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

PBR - Colombus/Ohio


McBride se consagra em Colombus

A etapa de Columbus em Ohio teve diversos atrativos. Para começar era a última etapa do campeonato mundial, antes da grande final que será disputada em Las Vegas. E o atrativo principal da noite foi a montaria do atual líder da temporada Justin McBride sobre Scene of the Crash, touro eleito por internautas para o desafio. O animal já entrou na arena mais de 50 vezes e foi derrotado apenas por dois peões, e faz tempo, mais precisamente em 2004 e 2005. . Uma quantia de 200 mil dólares estava em jogo e McBride, em uma performance impressionante venceu o desafio, faturando a grana. McBride vislumbra a chance de ser bi-campeão da PBR e bater o recorde de premiação. Uma marca que pode ultrapassar os 2 milhões de dólares caso ele se de bem em Las Vegas. Vale lembrar que o peão norte-americano venceu oito etapas nesta temporada, um recorde.

Mas, McBride a parte, o grande nome da etapa de Columbus foi Mike White. O atleta pontuou nos três touros que montou e se sagrou o campeão de evento. O brasileiro Guilherme Marchi também parou em todos os touros, mas obteve notas menores em relação a White e teve que amargar a 2ª colocação. Matt Bohon foi outro que parou nos três touros em que subiu e ficou na 3ª posição.

A 29ª etapa do campeonato começou na noite de sexta-feira. 20 competidores ficaram os oito segundos sobre os animais. Billy Robinson conseguiu 88,50 pontos em cima do touro Skywalker e obteve a maior pontuação no primeiro dia de competição. Mike White conseguiu marcar 86,50 pontos por parar no lombo de Mighty Mouse, porém o touro o deixou com uma leve lesão em seu braço direito. Dos brasileiros, Guilherme Marchi, Paulo Crimber e Valdiron de Oliveira conseguiram pontuação. Justin McBride bem que tentou, mas não foi páreo para Crooked Tooth.

No sábado, quem levou a melhor foi Kasey Hayes com nota 87,50 em cima do touro Cheap Trick. Paulo Crimber por pouco não foi melhor. Obteve nota 87,25 sobre o animal Blue Duck. Mike White continuou competindo e cravou 86 pontos em Snakebite. Guilherme Marchi garantiu sua vaga no short-go ao parar sobre Chicken Hawk. Os brasileiros Renato Nunes e Robson Palermo conseguiram pontuar, mas não o suficiente para entrar no terceiro e decisivo round que reuniu os 15 melhores da etapa. O mesmo aconteceu com Justin McBride.

O short-go foi muito disputado. 4 peões obtiveram nota. Entre eles o vice-líder da temporada J. B. Mauney que obteve 91 pontos, a melhor nota de toda a competição. O brasileiro Guilherme Marchi também não fez feio e conseguiu nota 88,50 em cima de Red Light, assumindo provisoriamente a liderença da etapa de Columbus. Restava ao peão de Leme, interior paulista, torcer contra seus adversários. Para azar do brasileiro, Mike White fez uma montaria impecável e conseguiu 90,75 pontos sobre Bad Medicine. Chuva de papel para ele. Mas o Brasil seguia vivo na disputa. Os focos se voltaram para Paulo Crimber, mas o touro Chiken on a Chain estragou tudo. Como consolo, foi derrubando o brasileiro que o animal faturou nota 47,25, a maior da etapa. O último peão a entrar na arena foi Kasey Hayes, mais uma vez, o touro levou a melhor e Mike White pode enfim comemorar o título da etapa de Columbus, o seu segundo na temporada e o 12º em toda a carreira.

White somou ao todo 263,35 pontos. Guilherme Marchi ficou em 2º com 260,50 e Matt Bohon em 3º com 252,25 pontos. A etapa serviu para cair pelo menos um pouco a diferença do líder Justin McBride para J.B. Mauney, 1 mil 728 pontos o sepraram. Marchi vem na 3ª posição 2 mil 348 pontos atrás do líder. Vamos torcer para o Sabonete vencer a etapa de Las Vegas e quem sabe se sagrar o melhor peão do mundo. Ele merece nossa torcida.



Mike White, o vencedor da etapa de Columbus


Justin McBride desafiando Scene of the Crash

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

PBR - Salt Lake City - Utah


Brendon Clark supera brasileiros e fatura etapa de Salt Lake City
Foi realizada nos dias 5 e 6 de outubro, em Salt Lake City, Utah, a 28ª etapa da PBR. Os jovens peões brasileiros foram bem, mas a vitória ficou mesmo com o australiano Brendon Clark, que adicionou 29 mil 370 dólares em sua conta bancária. Desde 2004 o atleta não faturava um evento da PBR.

Na noite de sexta, Clark parou sobre o touro Blue Moon, obtendo nota 84,25. 20 dos 45 peões pontuaram, entre eles o líder do campeonato Justin McBride. Já o peão de Leme, Guilherme Marchi não foi páreo para Cowboy Cool. Quem se deu bem mesmo no primeiro dia de competição foi o atual campeão do mundo Adriano Moraes. Com 87,25 pontos, o brasileiro foi o grande vencedor do dia. Valdiron de Oliveira ficou em 2º lugar com 86,25 pontos. Para completar o domínio verde-amarelo, Robson Palermo fez uma boa montaria e ficou na 4ª posição com 86 pontos.

Na noite de sábado, 22 peões conseguiram ficar os oito segundos no lombo do touro. Entre eles Brandon Clark, que mesmo com a nota 83,25 em Skunk, obteve vaga entre os 15 melhores. Renato Nunes, Paulo Crimber e Valdiron de Oliveira obtiveram pontuação e se garantiram na final por ter parado em dois touros. Guilherme Marchi também conseguiu nota, mas ficou de fora do short-go. Adriano Moraes foi derrubado, mas já estava com a vaga garantida no último round. Quem riu a toa foi Justin McBride, cada vez mais perto do título. O peão norte-americano obteve a melhor nota da rodada, 88,75 ao ficar oito segundos em Hornet. Chris Shivers obteve a mesma nota ao parar em Border Patrol.

No short-go, muita emoção. Adriano Moraes e Paulo Crimber não pontuaram. Brandon Clark conseguiu incríveis 91 pontos ao parar sobre Big Mike e ficou muito perto do título. Para isso teria que esperar os outros atletas e torcer para nenhum conseguir alcançar sua pontuação média. Mike Lee e Tony Mendes conseguiram pontuar, mas eles não eram ameaça. Clark então teria que torcer contra os jovens peões brasileiros, uma tarefa bem complicada.

Primeiro foi Renato Nunes que entrou na arena. O bravo peão conseguiu domar Lost in Paradise, mas a nota 86,50 não foi suficiente. Era a vez então de Valdiron de Oliveira tentar a sorte. O brasileiro também parou, mas também não obteve pontuação suficiente para alcançar Clark. Restava então o líder da temporada e campeão do mundo de 2005, Justin McBride. Se ele ficasse oito segundos em cima do touro provavelmente alcançaria o peão australiano. Entretanto, para decepção dos torcedores, McBride foi derrubado por Buckwheat. Estava adiado o sonho de obter a 9ª vitória de uma etapa em um mesmo ano.

A última esperança dos americanos era Dustin Elliott. O peão teria pela frente o touro White Magic. O animal levou a melhor para alegria de Brandon Clark que faturou de forma sofrida o título da etapa de Salt Lake City com 258,50 pontos. Foi a primeira vitória do atleta na temporada. O último evento que o australiano tinha vencido foi no ano de 2004 em Oklahoma. Dois brasileiros completaram o pódio. Renato Nunes ficou em 2º com 256,75 pontos e Valdiron de Oliveira foi o 3º com 253,50 pontos.

Na disputa pelo campeonato, Justin McBride ampliou ainda mais sua vantagem em cima do rookie de 2006, J. B. Mauney. A diferença agora está em 2212,50 pontos. Guilherme Marchi segue na 3ª posição com 2835,50 pontos atrás do líder. Vale lembrar que resta apenas uma etapa em Columbus antes da grande final da PBR em Las Vegas.



Brendon Clark em sua incrível montaria de 91 pontos

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

PBR - Uncasville


Petersen fatura etapa de Uncasville

Na etapa de Uncasville, disputada neste último final de semana, 28 a 30 de setembro, o experiente Wiley Petersen, 36 anos, parou nos quatro touros que montou e faturou o título com 339 pontos. Além disso o peão levou para casa um cheque de 29 mil 880 dólares. Foi a primeira vitória do norte-americano nesta temporada e a décima em sua carreira em doze anos como profissional.

No primeiro dia de disputa, o grande destaque foi o brasileiro Robson Palermo, ele ficou os oito segundos no lombo do touro Live Wire e faturou a maior nota do dia, 88,75. Destaques também para Silvanei Dias e para o campeão mundial de 2002, Ednei Caminhas, de volta ao circuito. Ambos pararam nos animais. Wiley Petersen passou por Spotted Jacket com 83 pontos e Justin McBride também montou bem, faturando a nota 82,75. Neste round, 19 atletas conseguiram pontuação do total de 45.

No dia seguinte, a disputa continuou. Justin McBride mostrou que está em forma. Parou em mais um animal, praticamente se garantindo no short-go. Guilherme Marchi e Silvanei de Oliveira também fizeram sua parte. Wiley Petersen passou bem por Rock Hound, mas o grande destaque da noite foi Kasey Reyes, que montando sobre o touro Gold Bell Wine ficou perto de cravar 90 pontos. A nota 89,75 foi a melhor do dia. Marchi ficou em segundo com 88,50. Apenas 18 atletas conseguiram pontuação.

No terceiro round, mas um show de Kasey Reyes que montou sobre o touro Live Wire e ficou os oito segundos. Nota 88,75, a melhor da rodada. Não foi o dia de Live Wire, que nas duas vezes que entrou na arena não conseguiu vencer os atletas. Mas foi muito mais mérito dos peões, o touro obteve boas notas. Guilherme Marchi, Silvanei Dias e Valdiran do Oliveira também conseguiram nota e se classificaram para o short-go. Justin McBride foi derrubado por Blueberry Bucle mas também ficou entre os 15. O único a parar nos três touros foi Wiley Petersen, que somou mais 83,50 pontos ao vencer o touro Everready. Adriano Moraes se recuperou tarde na competição, mesmo com a parada, não conseguiu pontuação suficiente. O mesmo aconteceu com Paulo Crimber. Robson Palermo por ter vencido o primeiro round também garantiu lugar no short-go.

O peão acreano não decepcionou no short-go e conseguiu 88 pontos para cima de Scaredy Cat. Guilherme Marchi também pontuou ao parar sobre Wild Thang. 86,50 pontos para o peão de Leme. Kasey Reyes, a sensação de Uncasville não foi páreo para o touro Cooper. Justin McBride foi derrotado por Scentloc e o vice-líder J.B. Mauney não teve forças para segurar o touro Wildfire. Silvanei Dias e Valdiran de Oliveira também ficaram pelo caminho. O único peão a obter nota no short-go além dos dois brasileiros foi Wiley Petersen. Dentro de brete, montado sobre Bad Medicine, o peão sabia que precisava parar sobre o animal. Caso contrário o título cairia no colo de Guilherme Marchi. Petersen não só parou sobre o boi como recebeu chuva de papel ao cravar 90 pontos, a maior nota do evento, que não poderia ter final mais emocionante.

Wiley Petersen foi o grande campeão da etapa de Uncasville com 339 pontos. Guilherme Marchi, também conhecido por Sabão, ficou com a segunda posição e ainda sonha com o título mundial. Em terceiro ficou Travis Briscoe que somou 257,75 pontos.

Na disputa do campeonato, nenhuma alteração: McBride ainda lidera com folga, seguido por J.B. Mauney e Guilherme Marchi. A caravana da PBR segue para Salt Lake City e daqui a duas semanas finalmente o grande evento de Las Vegas.



Willie Petersen em sua montaria de 90 pontos

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

PBR - Greensboro

McBride obtém oitava vitória na temporada

Foi disputada em Greensboro, nos dias 14 e 15 de setembro, a 25ª etapa da PBR, o maior campeonato de montaria em touros do mundo. Justin McBride voltou com tudo e faturou o título da etapa ampliando ainda mais sua vantagem no campeonato e se aproximando do título da temporada. O americano parou nos 3 touros que montou conquistando um total de 259 pontos, levando para a casa um cheque de 28 mil e 100 dólares. Foi a oitava vitória de McBride nesta temporada, o novo recorde da PBR. Renato Nunes obteve uma boa segunda colocação ficando apenas há 3 pontos do vencedor.

No primeiro dia de competição, 20 dos 45 atletas pararam sobre os animais, entre eles Guilherme Marchi, Valdiron de Oliveira e Renato Nunes. McBride obteve 83,75 pontos ao ficar os oito segundos em cima de Baby Betta. Paulo Crimber foi o melhor brasileiro da noite, fez 88 pontos e ficou na 2ª colocação. O vencedor da rodada foi Kody Lostroh, único peão a cravar 90 pontos no primeiro dia de disputa.

No segundo round apenas 13 competidores obtiveram nota. Guilherme Marchi foi finalmente derrubado. O carrasco foi o touro Heat Flash, deixando o brasileiro fora do short-go. Para piorar a situação de Marchi, Justin McBride bateu o touro Angel Eyes e com 86,50 pontos se garantiu no short-go. A rodada teve direito a dobradinha brasileira, Paulo Crimber com 90,75 obteve a melhor nota da etapa e se classificou para o terceiro e decisivo round na 1ª posição. Adriano Moraes também foi bem e com 87,25 pontos garantiu sua vaga entre os 15 melhores.

No short-go, apenas três peões conseguiram parar, um aproveitamento de apenas 20%. O tri-campeão Adriano Moraes não foi páreo para Wildfire. Renato Nunes parou em cima de Shanghai e obteve a melhor nota do round ao lado de L. J. Jenkins. Depois foi a vez de Justin McBride mostrar que está totalmente recuperado e cravar 88,75 pontos sobre Okeechobee Spots superando Renato Nunes por apenas 3 pontos. A esperança brasileira era Paulo Crimber, porém o peão de Olímpia não teve resistência em se segurar sobre Just a Dream. Para piorar, o brasileiro sofreu uma contusão e pode não disputar a próxima etapa da PBR em Grand Rapids. Mesmo assim Crimber ficou com a 4ª posição em Greensboro.

O grande vencedor foi Justin McBride, seguido por Reanto Dutra e L. J. Jenkins. Na classificação geral, McBride amplia ainda mais sua vantagem sobre J. B. Mauney. Guilherme Marchi segue na terceira posição sonhando com seu primeiro título mundial.



Justin McBride cada vez mais próximo do bi-campeonato

PBR - Reno


Marchi vence segunda etapa consecutiva

Na etapa de Reno no estado do Nebraska, disputada entre os dias 7 e 9 de setembro, mais uma vitória brasileira, a segunda seguida de Guilherme Marchi. Com o resultado o peão de Leme embolsou um cheque de 51 mil 951 dólares e segue firme na disputa pelo título diminuindo ainda mais a diferença para o líder Justin McBride que não disputou a etapa devido a uma lesão no ombro sofrida em Chiuhahua no México.

Marchi parou em todos os touros quatro touros que montou somando um total de 341,25 pontos. “Eu estou muito feliz por ter ganho duas etapas consecutivas. Estou bem e focado para conquistar o título” disse o brasileiro ao término da etapa.

No primeiro dia de competição, Marchi parou em cima de Chug-A-Lug e conquistou a nota 82,50. O melhor da noite foi Tater Porter que obteve 87,50. Dos 45 atletas, 17 pararam, entre eles, Renato Nunes, Paulo Crimber e Robson Palermo. No dia seguinte, mais uma vez os brasileiros se deram bem. Guilherme Marchi obteve 80.75 pontos em cima de SH-314, apesar das notas baixas, ele se mantinha na briga. O vencedor do segundo round foi Mike White nota 89,50. No terceiro round, Marchi foi bem, se manteve os oito segundo no lombo de Charmed I’m Sure e conquistou 86,50 pontos e a vaga para o short-go. O destaque ficou por conta de Adriano Moraes. O atual campeão mundial, que não tinha ido bem nos dias anteriores, desta vez arrebentou e com 88,50 pontos obteve a melhor nota do round.

No short-go, tivemos 5 brasileiros entre os 15 atletas. Renato Nunes e Robson Palermo não tiveram sorte e ficaram pelo caminho. Apenas 6 peões pararam, entre eles 3 brasileiros. Paulo Crimber e Valdiron de Oliveita tiveram sucesso, mas o grande campeão da noite foi Guilherme Marchi e em grande estilo. Montando sobre o touro Cooper, que já havia derrubado Valdiran de Oliveira no primeiro round, Marchi foi soberano e com 91,50 pontos ganhou chuva de papel, obtendo a melhor nota de toda a etapa. Mike White, Luke Snyder e Dustin Elliott também obtiveram mais de 90 pontos no short-go.

Na classificação final, vitória de Marchi com Luke Snyder em segundo, Dustin Elliott em terceiro, seguidos pelos brasileiros Paulo Crimber e Valdiron de Oliveira. No campeonato Justin McBride lidera com folga. J. B. Mauney é o segundo e Guilherme Marchi segue em terceiro.



Guilherme Marchi se segura em cima de Cooper

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

PBR Brasil 2007 - Final - Guapiaçu

João Mauro Kugel é o campeão da PBR Brasil 2007

Depois de muito suor e muitas viagens pelas estradas do Brasil afora, finalmente a PBR Brasil chega a sua última etapa, onde conheceremos o grande campeão do ano de 2007, este que representará o país na grande final da PBR em Las Vegas.

O equilíbrio dominou todas as etapas anteriores e os 45 melhores peões do Brasil chegaram firme na cidade de Guapiaçu, local de disputa da grande final.

Cinco estados brasileiros sediaram as disputas da PBR Brasil. Das 20 etapas, 13 foram em São Paulo, 3 em Goiás, 2 em Minas Gerais, 1 no Mato Grosso e 1 no Mato Grosso do Sul. 275 competidores fizeram montarias para tudo ser decidido em Guapiaçu.

Foram 3 dias de competição. João Mauro Kugel e Élton José de Souza eram os favoritos ao título da PBR Brasil, a diferença era de apenas 129,74 pontos entre eles.

Na sexta-feira, Paulo Sérgio Marinho deu show e parou no touro Galático, de posse de Paulo Emílio. A nota 88,25 foi a maior da noite. O campeão de Barretos João Paulo Sales também conseguiu a parada. A vítima foi o touro Cassino e o peão de Araras conseguiu 86 pontos na primeira noite de Guapiaçu. João Mauro Kugel deu azar no sorteio, teve pela frente o temido touro Destroyer, de Paulo Emílio e ficou pelo caminho. Elton José de Souza conseguiu 86,25 pontos ao parar em Lobo, diminuindo a diferença na briga pelo título.

Os jovens peões fizeram bonito. Emerson Brito conseguiu uma boa nota ao ficar os oito segundos em cima de Tsunami, de propriedade de Neto Forte, conseguiu 83,75 pontos. Pedro Junior teve pela frente o touro Bandido, não aquele famoso, ator de novelas, e sim o animal de propriedade do tropeiro Guanabara. 85,50 pontos para o peão goiano e a primeira noite termina com Paulo Sérgio Marinho na liderança e com a disputa do título muito acirrada.

No sábado, o jovem Pedro Junior obteve uma excelente nota ao ficar no lombo do touro Quinto Andar, nota 89. João Paulo Sales foi outro que parou, conseguiu 80 pontos. Emerson Brito, correndo por fora obteve outra grande nota, 86,75 pontos em Clonado, animal de Paulo Emílio, se aproximando da disputa do título. João Mauro Kugel se recuperou da montaria do dia anterior e conseguiu a nota 86,25 em cima de Urso Branco. A decepção ficou por conta de Elton José de Souza. O peão de Pompéia não teve forças para segurar o animal Zapata e ficou zerado, deixando o caminho livre para João Mauro. Baixa apenas com Paulo Sérgio Marinho, o peão conseguiu parar em cima do Mico Preto, mas foi atingido com um golpe e saiu desacordado da arena. Apesar do susto, ele já está em casa com a família e passa bem.

Veio o tão esperado domingo, dia da final. Mas antes mais uma rodada com os 45 peões, antes do shot-go, com os 8 melhores peões do rodeio de Guapiaçu.

Destaque para o jovem Elton Pereira da Silva que por pouco não fez 90 pontos em cima do touro Xodózinho de Juliano Domingos. O peão de Populina teve nota 89,50. Pedro Junior parou em cima de CDF e com 84 pontos se garantiu no shot-go, como vice-líder da competição. Atrpas apenas do peão de Atibaia Edmundo Figueiredo. Emerson Brito teve pela frente mais um touro de Paulo Emílio e cravou 87,50 pontos. João Paulo Sales também fez seu papel, obtendo a mesma pontuação sobre o touro radical.

Na briga pelo título Elton José de Souza voltou a decepcionar, dessa vez o carrasco foi o touro Hylander, do tropeiro Paulo Emílio. O título estava decidido. João Mauro Kugel mesmo não pontuando no boi Urutu se sagrou ampeão da PBR Brasil 2007, carimbando uma vaga na grande final da PBR em Las Vegas.

A festa não parou por aí. Faltávamos conhecer o campeão da etapa de Guapiaçu, jovens peões estavam na disputa, um grande nome ia se consagrar no mundo dos rodeios.

João Paulo Sales foi o primeiro a entrar na arena. O campeão de Barretos parou em cima de Au Roque, conseguindo 87,50 pontos. Restava ao ararense torcer contra todos os outros peões para obter mais um título importante em um curto espaço de tempo. Leonil dos Santos e Nilton Batista de Souza ficaram pelo caminho. Elton Pereira da Silva parou sobre o touro Mike Tyson, mas mesmo assim não conseguiu alcançar João Paulo.

Restavam 4 peões. Douglas Ferreira dos Santos tinha pela frete o touro Galático de Paulo Emílio. 87,25 pontos para o peão de Cassilândia e a liderança provisória. Durou muito pouco, Emerson Brito, ficou oito segundos em cima de Mensageiro, do tropeiro Juliano Domingos e com 88 pontos assumiu a primeira posição. Bastava os dois próximos peões não pararem que ele seria o campeão. As chances eram enormes, dois dos melhores animais de Paulo Emílio foram os sorteados.

O primeiro duelo foi entre Pedro Junior, peão da cidade de Pires do Rio, no estado de Goiás, contra o até então imbatível no ano de 2007, Destroyer. Foi uma bela montaria, o jovem peão deu show e obteve a maior nota da final, 89,25 pontos.

O último peão a entrar na arena foi Edmundo Figueiredo. A situação era complicada. Ele precisava parar em cima do touro Dilúvio, conseqüentemente tiraria uma nota alta e se sagraria o grande campeão da etapa final de Guapiaçu.

Não deu para o peão de Atibaia, sendo assim, Pedro Aparecido da Silva Junior faturou a etapa de Guapiaçu, parando nos quatro touros que montou somando um total de 347,75 pontos. Em segundo ficou Emerson Brito, com apenas 1,75 pontos de diferença. Douglas Ferreira dos Santos completou o pódio.

A PBR Brasil chega ao seu final, não faltou emoção e a promessa é um ano de 2008 ainda mais emocionante e com novos talentos sendo revelados. A disputa promete. Para finalizar deixo meus parabéns ao peão João Mauro Kugel, o grande campeão da PBR Brasil em 2007.
Pedro Junior, campeão da etapa de Guapiaçu, parando no touro Destroyer


João Mauro Kugel, o grande campeão da PBR Brasil 2007

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Barretesão - 2007 - Rodeio em Touros

Um sonho real


Virou rotina. O último dia da Festa do Peão de Barretos sempre reserva as maiores emoções do evento. É o dia em que alguém irá se consagrar e uma história vai nascer para ser lembrada para o resto da vida. Todas as 40 mil pessoas que lotaram o Estádio de Barretos no Parque do Peão sabem do que estou falando. O dia 26 de agosto de 2007 será lembrado para sempre como um conto de fadas tendo como personagem principal o peão João Paulo Sales.

A história dele como todo começo, tem que ser sofrida. O jovem peão, de apenas 22 anos, já tinha disputado uma final de Barretos, foi no ano de 2006. O vice-campeonato no ano passado pode ser considerado uma vitória, mas conhecendo os esportistas em geral (incluindo os peões), sabemos que o segundo lugar é o primeiro dos derrotados.

João Paulo tem em seu currículo o título do Rodeio de Americana, um dos mais importantes de São Paulo. O atleta vinha competindo pela PBR Brasil e vinha obtendo bons resultados no ano, porém uma vitória em Barretos era inesperada.

Mas 2007 se mostrou um ano iluminado para nosso herói. Sabe quando tudo dá certo, não só no esporte, mas na vida amorosa inclusive. João Paulo, apesar da idade, é um homem casado e em setembro ganhará uma filha. Esse já seria o maior de seus presentes.

Mas Deus estava do lado desse peão de Araras, interior de São Paulo. Na disputa do qualify, João Paulo competiu com 70 peões na tentativa de obter uma das 15 vagas para o Rodeio Internacional de Barretos, sonho de qualquer atleta. Foi fácil! Com a segunda colocação, ele entrou na lista dos 52 peões que iriam para a disputa. Sendo 12 deles estrangeiros, de 8 países diferentes, o que mostra a importância do evento.

Nervosismo, concentração, coragem, é tudo que o peão sente antes de montar no animal. Mas João Paulo parecia estar fora desse mundo. A tranqüilidade pairava sobre o jovem que logo na primeira noite do evento já mostrou ao que veio. Montou no touro Atrevido e fez 92 pontos, a maior nota do Barretão e que mais tarde seria decisiva em sua conquista. Dois dias se passaram e mais dois animais foram domados, Alcapone por duas vezes e Cara Branca. João Paulo estava na final do Rodeio Internacional de Barretos.

A final sempre é disputada aos domingos. O último dia do evento reúne os 10 melhores competidores. Entre eles, estava o experiente Fabiano Vieira, o peão paranaense já havia se consagrado em Barretos com o título de 2004, sendo também vice-campeão no ano seguinte. Os outros 9 atletas buscavam o tão sonhado título inédito e a tão sonhada fama e consagração.

Na montaria de touros vence quem tem mais técnica, equilíbrio e estilo. O esporte é radical e isso faz a torcida vibrar. 70 kg dos competidores contra 900 kg dos touros. Os 10 peões enfrentam os 10 melhores touros do país, é um espetáculo de arrepiar. Os animais levaram a melhor sobre a maioria dos atletas, mas um deles estava destinado ao sucesso.

Elton José de Souza esteve muito perto da conquista. Com 88 pontos sobre o touro Delegado ele assumiu a liderança do Barretão e caso João Paulo não parasse em cima do animal, o peão de Pompéia conquistaria o tão sonhado caneco.

A batalha valeu a pena para o ararense João Paulo de Oliveira. Na final, fez o que precisava: agüentou por 8 segundos a fúria de Bordacius e quando a sirene tocou, ele garantiu o título de Barretos 2007 com apenas 22 anos. Foi o sexto peão seguido a vencer o Rodeio Internacional vindo do qualify. A conquista lhe garantiu um cheque no valor de 60 mil reais e a fama. Mas tenho certeza que tudo que o atleta queria no momento era correr para o abraço de sua esposa e acompanhar o nascimento de sua filha. Tudo deu certo para ele. Passada as emoções, acredito que João Paulo Sales será um nome forte internacionalmente e que brilhará nas arenas norte-americanas. É só continuar seguindo esse caminho da luz.



João Paulo Sales, o grande campeão do Rodeio Internacional de Barretos

PBR

Etapa de Chihuahua - MEX

A vitória foi brasileira na etapa de Chihuahua no México. Guilherme Marchi não deu chance nenhuma a seus adversários. com o resultado Sabonete sobe para a terceira colocação na classificação geral da PBR, se aproximando mais dos líderes.

A PBR vem ganhando muito espaço em outros países, no Brasil por exemplo temos etapas internacionais, onde o campeão brasileiro ganha vaga para a disputa da grande final em Las Vegas. Essa do México faz parte do calendário principal, onde competem os melhores peões. Quem sabe um dia teremos uma etapa da PBR em terras brasileiras.
Guilherme Marchi foi soberano, o peão de Leme passou pelos quatro touros que montou, somando um total de 345,50 pontos. O peão brasileiro só foi ameaçado por Dustin Hall que conseguiu se manter no lombo do touro no shot go. Em seguida, Marchi encarou o touro Gnash, o mesmo que já havia derrubado e causado a contusão no ombro esquerdo do atual líder da PBR, Justin McBride. O norte-americano irá fazer uma radiografia para saber a gravidade de sua lesão.
Sabonete foi impecável, se manteve os oito segundos em cima do bravo touro e com a nota de 87,25 venceu a etapa de Chihuahua, embolsando um cheque de 53 mil e 254 dólares. Dustin Hall foi o segundo, seguido por Harve Stewart. Renato Nunes obteve uma boa sexta colocação.
Como Justin McBride não obteve pontuação nenhuma nessa etapa, a diferença de pontos que o americano conquistou ao longo do campeonato diminuiu bastante. O rookie do ano de 2006 J. B. Mauney é quem mais tem condições de evitar o bi-campeonato de McBride. Guilherme Marchi que por duas vezes já foi vice-campeão mundial ainda tem uma boa diferença para descontar. Teremos mais seis etapas antes da grande final em Las Vegas. A próxima será em Reno nos dias 8 e 9 de setembro. Muita emoção ainda pode rolar!

Guilherme Marchi, o grande campeão da etapa de Chihuahua

O mais temido

Alto, robusto, forte, não estamos falando de nenhum ator global como Murilo Benício. Estes são atributos do touro mais famoso do Brasil que é sucesso e arrasa multidões por onde passa.Trata-se do touro Bandido. Ele tem a cara branca, o corpo marrom e os olhos negros, quando encara alguém ou algum outro animal ele costuma raspar sua pata no chão, nesse caso é melhor sair de perto dele, já que o touro pesa cerca de uma tonelada.
Esse touro tem uma história muito curiosa. Nasceu em uma fazendo no interior de Goiás, escapou por pouco do frigorífico, pois perceberam que não se tratava de um touro qualquer e sim de um touro pulador, próprio para rodeios. Bandido chegou às mãos de Paulo Emílio junto com outros nove touros, pelo valor de 100 mil reais. Passou a morar na fazenda Santa Martha, em Icém, interior paulista.

Paulo Emílio na telinha da Globo

Bandido desfruta de um tratamento digno de um rei. Tem manicures, personal trainner, nutricionista, veterinário, recebe alimentação especial e transporte exclusivo, além de sua piscina particular. Os outros touros podem até ficar com inveja, mas nenhum deles arrisca a cruzar o seu caminho. “Quando chegou aqui, foi colocado junto com outros sete touros. Venceu cada um deles em uma disputa de cabeçadas” diz Maycon Justino, peão e tratador dos animais da fazenda do Paulo Emílio em entrevista a revista VIP.

Touro Bandido se alimentando

O auge do sucesso foi quando Bandido ganhou os lares de todo o país e passou a ser estrela da novela “América” no ano de 2005. Uma novela que tratou do universo country. Ao tomar conhecimento do touro, a autora Glória Perez logo percebeu que ele seria muito útil em sua trama. Tanto na novela como na vida real, os peões tem medo de enfrenta-lo, já que ele costuma ser cruel com quem ouse desafia-lo.
Por ser tão mal e temido, os peões começaram a boicotar o touro e se recusavam a montar no lombo dele. Foi assim que Paulo Emílio teve a idéia então de lançar os desafios e premiar o peão que conseguisse ficar os oito segundos em cima do touro. A idéia deu muito certo e Bandido se tornou um astro maior, tem um momento só dele durante a festa, o momento mais esperado por todos é a hora que o Bandido ganha a arena com seu corajoso desafiador em cima dele. Normalmente esses momentos não duram nem quatro segundos, mas o público sempre sai satisfeito.
Muitos são os corajosos que ousam desafiar o touro, o destino colocou Bandido frente a frente com um dos peões mais técnicos do país, Neyliowan Tomazelli, da cidade de Poloni, interior de São Paulo, campeão do Rodeio Internacional de Barretos em 1999. “Ganhar Barretos foi uma sensação muito boa, era meu primeiro ano competindo e não acreditava que tinha vencido o rodeio” diz Neyliowan que afirmou que sua vida mudou radicalmente após a consagração no maior rodeio do Brasil. “Passei a ser reconhecido e a aparecer na mídia” conta o atleta.
No ano de 2001, o peão foi sorteado para enfrentar o boi no rodeio de Jaguariúna. Adriano Moraes já havia o alertado que Bandido é um boi duro e que tinha o derrubado com facilidade, mas Neyliowan acreditava no seu potencial, dizia: “Pode vir qualquer um, eu vou vencer esse touro”. Mas a história não foi bem a planejada por ele, sua mão escapou da corda e o atleta virou presa fácil do animal. Se não bastasse a queda, Bandido foi busca-lo no chão, e com os chifres o arremessou a uma altura de 6 metros. Felizmente o peão não morreu, mas sofreu graves conseqüências do acidente, teve a sétima vértebra quebrada, e a sexta vértebra amassada, Neyliowan ficou nove meses afastado das montarias. “Foi a partir daí que Bandido ganhou fama” conta o atleta.
Desde que foram criados os desafios, até o lançamento da novela, nenhum peão conseguiu ficar os oito segundos em cima do Bandido. Essa é uma tarefa praticamente impossível, se o boi não derruba o peão logo de cara, ele derruba na marra, dando um giro no ar de 180 graus e se atirando no chão.
No ano de 2003, Neyliowan Tomazelli, aquele mesmo que quase perdeu a vida dois anos antes, voltou a desafiar o boi. “O pessoal dizia que eu era louco, mas sempre acreditei que pudesse vencer o touro” conta Tomazelli.
Na época colocaram termômetro para fazer medição no coração, e ver se os batimentos cardíacos do peão disparavam no momento da prova. “Após cair pela primeira vez do touro, passei a ir visitá-lo às vezes em sua fazenda, conversava um pouco com ele, coçava a sua cabeça, ele deixava na boa” conta o peão que não guardava ódio do touro, só queria sentir o gosto de derrota-lo.
Porém, foram exatos 5,4 segundos que Ney durou em cima do touro Bandido, mas desta vez o boi o poupou de conseqüências mais graves, Bandido se jogou no chão com o peão ainda em cima de seu lombo, o derrubando na marra. “É um boi que alia seu enorme tamanho com seu instinto rápido”, são os elogios de quem foi vencido duas vezes pelo touro Bandido.

Bandido x Neyliowan Tomazelli

Em 2004, foi a vez então do peão consagrado mundialmente, e vencedor da PBR, Ednei Caminhas desafiar o boi. Não conseguiu ficar nem dois segundos em cima do touro.

Bandido x Ednei Caminhas

No ano de 2005, Bandido ganhou de vez a mídia ao ser uma das estrelas da novela América, com isso, a direção da Rede Globo proibiu que os desafios fossem feitos. Tudo para preservar o animal, já que se tratando de uma novela global, um montante de dinheiro é colocado na veiculação da imagem do boi. Ou seja, o touro não pode se machucar, mas mesmo só desfilando pela arena, ele já faz a alegria da galera.
Bandido foi a grande atração do rodeio da 50ª festa do Peão de Boiadeiro de Barretos. Na sexta-feira, 26 de agosto, desfilou pela arena do estádio sendo ovacionado pelo público. No sábado e domingo, 27 e 28 de agosto, ficou na feira comercial posando para fotos com seus fãs. A renda das fotos foi toda revertida para o Hospital do Câncer de Barretos.
O nome Bandido se tornou uma marca muito forte, nos rodeios nota-se diversas pessoas com camisetas, bonés e fivelas do touro, o bicho tem até um site próprio na internet (http://www.tourobandido.com.br/). Nos out-doors, e propagandas, o touro sempre é anunciado junto com outros nomes da música, é uma atração a mais e diferenciada, rodeio com o touro Bandido sempre vai vender mais ingressos do que um rodeio comum.
Apesar de toda fama, Bandido não é um touro invicto, um peão já teve a façanha de conseguir ficar oito segundos em seu lombo, porém Bandido ainda “engatinhava”, tinha apenas 3 anos, era novo demais para os rodeios. Bandido pode muito bem ser considerado um Pelé dos rodeios, dificilmente surgirá algum touro igual, tanto que já se fala até em clonar o animal que nasceu de um cruzamento das raças nelore com simental.

Personagens

Sua excelêmcia: o peão

O peão pode ser considerado o principal personagem de uma festa de rodeio. Para ele que se voltam os holofotes, é ele que está em busca dos prêmios, e é para ele que cabe a tarefa de encarar os mais ferozes animais e superar os seus próprios limites. A rotina de um peão de boiadeiro é intensa, seus dias de ficar com a família é segunda, terça e quarta, mas mesmo assim o atleta aproveita esse tempo de folga para treinar e manter sua preparação física, sempre buscando aprimorar sua resistência física. Já nos dias de rodeio, quinta a domingo, o atleta passa boa parte do tempo competindo e viajando pelas estradas.

O peão de boiadeiro vai ao rodeio em busca da consagração, e, para isso, precisa seguir algumas regras e usar uma vestimenta adequada para o evento. Caso contrário, pode ficar o tempo que quiser em cima do touro, que será desclassificado. É exigido dos competidores o uso de chapéu ou capacete, calça de couro abotoada, bota ou botina, camisa de manga comprida com o punho da mão livre abotoado, cinto, fivela e espora, sendo que esta não pode ter pontas, já que o objetivo da prova não é machucar o animal e sim fazer apenas cócegas na tentativa de melhorar seu desempenho. O colete de proteção é obrigatório na montaria em touros e opcional para as demais modalidades. Ele serve para absorver o impacto da pancada do touro, distribuindo o impacto para o resto do corpo.


Coadjuvantes Indispensáveis


O sistema de avaliação nas provas de montaria consiste em dar uma nota de zero a cem. São dois juízes que avaliam o desempenho do competidor e do animal. Cada um fica de um lado da arena para poder avaliar melhor o desempenho dos atletas e do animal. Cada juiz tem o direito a dar no máximo 50 pontos, sendo que esses são divididos, 50% da nota se da para o desempenho do peão, e os outros 50% para o desempenho do animal. A nota final é a soma da avaliação dos dois juízes.

Para avaliar bem, um juiz precisa ter precisão e rapidez. Afinal, oito segundos é o tempo que ele dispõe para julgar a prova. O ideal é que seja íntegro, imparcial, e tenha o conhecimento das regras. Tião Procópio é um dos principais juizes do Brasil. Para ele, é fundamental para o juiz já ter montado antes, ter tido uma experiência prática. “Com minha experiência como peão, sei quando o touro está dando pulos difíceis”, conta o juiz, que ainda fez cursos nos Estados Unidos para poder analisar o grau de dificuldade do animal e a técnica do animal com total eficiência.

Tião foi o primeiro peão brasileiro a fazer sucesso no exterior. É considerado principal responsável pelo desenvolvimento do rodeio em touros no Brasil. Ele empresta seu nome para o personagem principal da novela América de Glória Perez. “Ele foi inspirado na minha história, começou desde pequeno montando em bezerros, ganhou os principais rodeios do país, inclusive Barretos e tem uma sólida carreira internacional”. Tião conheceu Glória Perez no ano de 2003 e por diversas vezes se reuniu com a autora para contar um pouco das suas histórias. Para Tião, a trama não retrata fielmente a rotina e a vida dos personagens do campo. “A novela deixa muita a desejar, muitos estão insatisfeitos, ela retrata o que passa na cabeça dela”. Porém não se sente chateado, pois se trata de uma ficção e a autora tem todo o direito de escrever o que quer.
Nas provas de velocidade, o juiz apenas verifica as possíveis irregularidades, o cronômetro é quem define os vencedores.
O juíz de rodeio Tião Procópio
Além do juiz e do peão, a festa contém outros personagens, sem eles não seria possível a realização de um rodeio.

O palhaço salva-vidas é o que faz o trabalho mais arriscado entre os profissionais de um rodeio. Tanto que também são chamados de anjos da arena. Sua tarefa nada mais é do que salvar o peão de ser pisoteado pelo touro.

O palhaço precisa ter muitas habilidades, como ginga, criatividade, reflexo, pensamento rápido e principalmente coragem para enfrentar os bravos touros com cerca de mil quilos de músculos com o pensamento de destruir quem ousar cruzar o caminho deles.

Para chamar a atenção dos animais, os palhaços usam roupas coloridas e caras pintadas. Muitos deles gostam de trabalhar em dupla, como é o caso de Dinho & Dici. Os irmãos ganham a vida com esse trabalho e se sentem muito realizados com isso. “Vivemos desta profissão e temos muito orgulho dela, pois não teria jeito mais honesto e prazeroso de ganhar o dinheiro para o nosso sustento do que ajudando as pessoas. Agradecemos a Deus por tudo”.

Dinho & Dici acreditam muito em Deus, visto que a profissão já os fizeram sofrer graves contusões. Dinho já sofreu um corte na cabeça, onde teve que tomar 20 pontos, além de pisão nas costas, distensão na coxa e corte no tendão da perna. Em um dos inúmeros pisões tomados, Dici foi parar no hospital com sangramento interno, onde era comum urinar sangue puro, e também já tomou chifrada no rosto, além de inúmeras distensões e pancadas.

“Graças a Deus da tudo certo. Deus sempre manda os anjos para por a mão entre nós e os touros, é que às vezes temos que saber do que o touro é capaz para que jamais deixamos de respeitá-los” diz. Apesar de tantas contusões, Dinho & Dici não sentem raiva dos animais, ao contrário, os adoram “Amamos os touros, pois é por meio deles que podemos ganhar a nossa vida. Jamais iríamos fazer qualquer coisa para machucá-los”. Os palhaços são conscientes que esses animais que amam a qualquer momento podem tirar-lhes a vida.
Além de trabalharem em diversos estados do país, Dinho & Dici fizeram também carreira internacional, sendo os primeiros palhaços salva-vidas a trabalharem nos Estados Unidos e inclusive são credenciados da PRCA (Professional Rodeo Cowboy Association) a maior e mais antiga associação do mundo. Começaram a carreira no ano de 1995, e com tanto tempo de experiência, acham normal o fato de ficar frente a frente com o animal. Apesar de existir uma certa adrenalina, sempre entram na arena preparados fisicamente e psicologicamente para isso.
Eles nos disseram que o momento mais difícil que existe para um palhaço é quando o peão fica com mão presa na corda americana. Nesse caso, têm que empaletar (abraçar) o touro para desamarrar a mão do atleta. “É um momento que o salva-vidas tem que ser muito frio, calculista e ter muita coragem, sabendo a hora certa de empaletar o touro, se não ele se machuca e não ajuda o cowboy”.

Além de Dinho e Dici, outros palhaços também se destacam no mundo dos rodeios, Django e Meio Quilo foram os pioneiros dessa profissão no Brasil. Outros nomes também merecem destaque como Ronan Felipe, Pirilampo e Topa Tudo.
Dinho & Dici em ação

Uma função indispensável no mundo dos rodeios é a do madrinheiro. Montado a cavalo, é ele quem retira o cowboy do dorso dos animais após a prova, colocando-os com segurança no chão da arena, além de levar o touro de volta para o curral. Já a função do sedenheiro é puxar o sedém (tira de couro) antes de cada prova. É um trabalho que exige experiência e conhecimento do comportamento de cada animal.

O sonoplasta, uma espécie de DJ do rodeio, precisa animar o povo. Ele tem que soltar a música correta na hora certa, de acordo com o andamento do rodeio, e precisa ter grande afinidade com o locutor. “Meu trabalho nada mais é que intercalar música com a voz do locutor, um suporte pra ele”, conta Paulo Leandro Soldera, conhecido como Lessauro. O sonoplasta já participou de mais de 50 rodeios, tendo trabalhado com 35 locutores diferentes.

Atualmente, Lessauro faz parte da equipe do locutor Almir Cambra, considerado o locutor mais técnico da atualidade. Ele diz que é muito fácil animar a galera com músicas como “Erguei as Mãos”, do Padre Marcelo e “Festa no Apê”, do Latino, mas prefere tocar músicas clássicas de qualidade. “É mais gratificante você fazer alguém cantar uma música do Creedence, por exemplo”. Para ele, o segredo é saber usar as músicas no momento certo. “Rodeio em touro toco rock ou pop, e dance, por ser radical. Já no rodeio em cavalo procuro não fugir das raízes e toco sertanejo por ser uma modalidade brasileira”.

O locutor é responsável por transmitir o rodeio para o público. No entanto, diferentemente de uma partida de futebol, além de narrar as provas é preciso interagir com o público, não deixando a festa esfriar, precisa também saber as regras de montarias para fazer seus comentários técnicos, já que muitos dos que prestigiam o evento não têm um bom conhecimento das provas.
Existem muitos locutores que fazem enorme sucesso, chegando até a ficar mais famosos que os peões, casos de Marco Brasil e Gleydson Rodrigues. Além é claro, de Almir Cambra, considerado o mais técnico do rodeio na atualidade, tal rótulo se da justamente pelo fato dele conhecer todas as regras do esporte. Almir, que já narrou Barretos dez vezes, nasceu e foi criado na roça. Desde pequeno, gostava do esporte e vivia imitando o Zé do Prato, locutor mais famoso na época em que ele era criança, e que imortalizou a célebre frase “Segura Peão”.

Ao ingressar em uma faculdade em Jaboticabal, Almir começou a narrar rodeios universitários e, aos poucos, foi construindo sua sólida carreira. “O locutor tem de sempre estar feliz. Todos os dias você tem que sorrir e emocionar, mesmo que não esteja a fim, já que o povo está lá para se divertir”, conta o narrador oficial de Barretos.

Almir também revelou que um dos momentos mais engraçados que narrou foi quando um americano desafiou o Brasil, dizendo no microfone que por aqui não tinha touro que o derrubasse. Ao ver o peão cair, Almir inflamou o público ao dizer, “aqui não gringão, aqui é o Brasilzão”. A arquibanda veio abaixo de tanto delírio. Todo locutor que se preze, precisa ter também um bom arsenal de versinhos e piadas. Muitos desses profissionais gostam de narrar o rodeio dentro da arena, passando mais emoção para o público.
Almir Cambra narrando o rodeio de Barretos

O comentarista é quem transmite as informações esclarecedoras sobre cada apresentação e também passa uma noção técnica para o público poder entender o que se passa na arena.
O tropeiro é quem compra, cria e fornece os animais para o rodeio. É preciso competência por parte deles para saber se o animal pode participar de um rodeio. “De cem touros que monto, só quatro servem para competir”, diz o tropeiro Flávio Junqueira. Alguns tropeiros, entre eles Junqueira, além de comprar animais puladores gostam de produzir seus próprios animais, fazendo isso por meio do cruzamento de touros puladores aposentados com vacas normais.
Atualmente o homem que mais investe em touros no Brasil se chama Paulo Emílio e possui uma companhia de rodeios com o seu próprio nome. Paulo Emílio tem cerca de 200 touros em sua fazenda, muitos estão entre os melhores do Brasil.

O berranteiro tem a função de tocar o berrante, que é o símbolo de toque da boiada. Por fim, há os médicos e veterinários que cuidam da saúde do animal.

Existem também as apresentações que fazem a alegria do público, como caminhonete e motos levantando poeira na arena e claro a rainha do rodeio que empresta todo seu brilho e seu charme para embelezar o evento, ajudar na divulgação e deixar os marmanjos babando.
Para a criançada que está começando no meio, os organizadores das festas promovem a montaria em carneiros e abre espaço para narradores mirins poderem mostrar seu talento.

Heróis não valorizados

O rodeio aqui no Brasil ainda está longe de ser uma unanimidade, nos Estados Unidos já é uma tradição muito antiga e lá os peões são famosos e bem mais valorizados que aqui. “Lá o peão é tratado como jogador de futebol aqui no Brasil” diz Edgard Lazaro de Oliveira em entrevista a Eugênio José de Lima, peão que compete no rodeio universitário e dono de um blog na internet, onde conta bastidores do mundo dos peões. Edgard é um dos atletas brasileiros que são super valorizados nos Estados Unidos e um mero desconhecido aqui no país.
Outro peão com fama e status lá fora é Guilherme Marchi, da cidade de Leme, interior de São Paulo. Guilherme diz que nos Estados Unidos os organizadores não visam o lucro do evento e sim melhorar a associação onde eles fazem de tudo para o peão. “Lá nós somos profissionais e nosso trabalho é reconhecido”.

Desconhecido no Brasil, Guilherme Marchi faz sucesso nos EUA

Paulo Roberto Franzin, conterrâneo de Marchi, acompanhou as competições de Barretos na arquibancada, “nem sabia de quem se tratava”, diz Paulo, que só foi conhecer o peão no dia da final do rodeio em touros. “No meu ponto de vista, poderia ter muito mais destaques para esses atletas que se destacam no exterior e aqui são desprezados” diz.
Guilherme Marchi nos fez uma boa discrição de como se sente ao viver em função do rodeio. “Viajo praticamente toda semana, e é gostoso que da para conhecer diversas pessoas e lugares”. Guilherme não esconde que o rodeio é uma profissão de risco, ele está fazendo seu pé de meia nos Estados Unidos, onde a premiação é muito superior ao do Brasil e pretende se aposentar o mais rápido possível. “Priorizo sim os rodeios aqui nos Estados Unidos, tenho que fazer minha vida aqui, pretendo me aposentar rápido e minha esposa gosta muito daqui”.
Nos ano de 2005 e 2006 conquistou excelentes resultados em terras norte-americanas, por suas vezes se sagrou vice-campeão da principal competição de rodeio em touros do mundo, a PBR.
O rodeio organizado pela PBR, Professional Bull Ridding, é considerado o maior do mundo. Com etapas disputadas nos Estados Unidos, a PBR é o principal titulo que um profissional em montaria pode conseguir na carreira. Dois brasileiros já obtiveram a incrível façanha de ser campeão do mundo.
Adriano Moraes conseguiu essa proeza por três vezes, faturou o título da PBR em 1994, 2001 e 2007. Adriano pode muito bem ser considerado o melhor peão que já existiu no Brasil. Por ser um esporte pouco difundido no país, ele faz mais sucesso nos Estados Unidos, onde até virou tema de um documentário de 10 capítulos no canal Discovery. O documentário ainda está em fase de produção, mas com certeza irá projetar ainda mais o nosso tri-campeão.
No Brasil, ele ainda é pouco conhecido, em um levantamento feito com alguns colegas de faculdade na FIAM, constatamos que ninguém nem sabe quem é Adriano Moraes, dos 50 alunos que perguntamos, apenas um o conhecia, o estudante de jornalismo Francisco Luciélio Guimarães, mas não pelo fato de montar e sim por seu trabalho religioso na Canção Nova, uma comunidade católica com objetivo de evangelização através dos meios de comunicação. Porém para qualquer pessoa que pretende saber o que é rodeio, é necessário conhecer um pouco da vida do nosso campeão.
Nascido em Quintana, interior de São Paulo, tinha uma família humilde e algumas vezes passou necessidades na infância. Graças ao rodeio conseguiu construir uma carreira sólida, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, onde é um dos peões mais valorizados, há mais de dez anos compete no exterior e sempre esteve entre os melhores. Sua esposa Flávia ele conheceu em novembro de 1989 quando foi montar na cidade de Matão, desse casamento rendeu os seus três filhos.
Com a boa premiação das competições, Adriano conseguiu ajudar seus familiares, fazer uma bela carreira profissional e o mais importante construir uma família. Adriano não agradece só ao rodeio, mas a Deus também que ele credita todo o seu sucesso e quando não está montando procura sempre participar de atividades religiosas.

O tri-campeão do mundo Adriano Moraes

Ednei Caminhas é o outro peão brasileiro que já obteve o título da PBR, foi no ano de 2002. Nascido na cidade de Indaiatuba, interior de São Paulo, Ednei começou a competir com 17 anos.
Com os bons resultados foi tentar a sorte em território norte-americano no ano 2000 e logo de cara já ganhou fama ao permanecer durante oito segundos sobre o temido touro Dillinger, até então imbatível. Participou também de um desafio com o touro Bandido, o mais agressivo do Brasil, no ano de 2004, mas se tornou uma das mais de 200 vítimas do feroz animal.
Em entrevista a Tv Rodeio, Ednei conta que os bois brasileiros são os que causam maior dificuldade aos peões. “Os animais brasileiros pulam com a traseira e são mais ligeiros. Já os americanos são um pouco mais fortes e pulam para frente, o que favorece os competidores”, destacou Caminhas para o site da Tv Rodeio.
O rodeio atualmente é considerado um esporte, e os peões são considerados atletas profissionais. Seguindo os passos da PBR, os peões brasileiros também criaram a sua própria associação, no ano de 2003 foi fundada a PRT, uma associação brasileira dos profissionais em touros.
A PRT foi feita justamente para profissionalizar o esporte e melhorar as condições de segurança e premiação do atleta. Sua criação foi orientada pela PBR através do Adriano Moraes. “Para o futuro espera-se que a PRT e a PBR seja uma única só associação” diz o presidente executivo da PRT Flávio Junqueira.
Só no ano de 2005, 17 etapas foram realizadas, a premiação beirou os 200 mil reais e a tendência é a PRT ir ganhando força a cada ano que passa.
Os competidores mesmo que decidiram entre eles quem exerceria as funções políticas da PRT, o presidente eleito foi André Metzer. Na época ele disputava provas nos Estados Unidos, mas aceitou fazer parte dessa associação, mesmo tendo que comprar briga com empresários que controlavam o meio.
Com a criação da PRT, o rodeio passou a ter muitas melhoras. As etapas contam com os 45 peões bem mais colocados no ranking, mas existe também uma divisão de acesso, para os peões que buscam estar entre os 45 melhores.
André Metzer nos contou, dias após a festa de Barretos de 2005, que a premiação melhorou significativamente, as inscrições deixaram de ser cobradas, os atletas adquiriram o direito de levar convidados para assistir as provas e em cada etapa uma equipe médica especializada acompanha os competidores que em caso de contusão recebem assistência da melhor qualidade.

Panorama de um rodeio


O que é rodeio


Segundo o dicionário Michaelis, a palavra rodeio é definida como uma competição esportiva que consiste em o cavaleiro montar um cavalo ou um boi, não domesticados, e manter-se sobre ele o máximo de tempo.
No entanto, a leitura do verbete é insuficiente para descrevê-lo, afinal se trata de uma descrição teórica. Na prática, se perguntarmos o sentido do rodeio para uma pessoa envolvida no meio ou que o prestigia, a resposta pode surpreender: significa uma vida. E, como toda vida, existem momentos de emoção, alegria, glória, adrenalina, medo, ansiedade, perigo, tensão, dinheiro, música, religião e festa.
Não se pode esquecer que o rodeio é um esporte, existe uma competição envolvida, e é claro que nesse momento, um vai querer ser melhor que o outro. Por ser um esporte individual, poucos terão seus momentos de consagração, a grande maioria volta para casa sabendo que poderia ter feito melhor. Porém essa rivalidade só existe por oito segundos, tempo em que um profissional de montarias tem para dar seu espetáculo, fazer sua apresentação. Fora esses oito segundos, o peão vive o resto do seu tempo cercado por pessoas do bem, e mesmo se tratando de um esporte radical, existe todo um clima festivo em volta dessas provas. E como tudo que uma platéia gosta é de se divertir, de rir, de se emocionar, o rodeio se tornou sinônimo de sucesso, e a cada ano que passa, mais pessoas prestigiam o evento, movimentando mais dinheiro e gerando mais empregos.
No rodeio se encontra de tudo um pouco: comida, bebida, brincadeiras, música, muita animação e gente bonita. Mas o principal mesmo, o que mais chama a atenção, é seu lado esportivo, suas competições. Elas acontecem no “coração” de todo rodeio, é dentro da arena (pista de areia fofa) que tudo esquenta, as emoções ficam a flor da pele, lá que ficam os animais esperando para darem seu show, mostrarem sua força, os competidores que buscam seu ganha-pão e sua consagração, além do público, que sempre comparece em massa e se eletriza com cada disputa. Com tanta emoção e adrenalina, uma festa de rodeio costuma parar a cidade onde é realizada, dando assim, uma boa injeção econômica para elas.
Pegando carona na cultura americana, as competições acabam se tornando um show. Existe todo um preparativo antes de começar a festa, como desfile de animais e apresentação dos patrocinadores. Depois vem um momento de patriotismo com a execução do hino nacional. Logo após, todos os personagens da festa são apresentados, por fim, um momento de devoção e fé, onde peões e salva-vidas de mãos dadas rezam ao som de “Ave-maria”.
Na 50ª festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, em 2005, coube a cantora Iza Mariana a tarefa de cantar a música. “É uma honra estar em Barretos na festa dos 50 anos, porque é um evento que promove o rodeio, um esporte de paixão nacional”, ressaltou a cantora em entrevista ao site dos Independentes, clube que organiza o rodeio de Barretos. Com o início da canção, a imagem de Nossa Senhora da Aparecida entra na arena, emocionando todo o público e o peão aproveita para fazer a sua oração e pedir que nada de mal aconteça nas competições. Nos principais rodeios do Brasil, a imagem da santa é carregada por Pedro Andarilho.
Passado o momento de religiosidade, o locutor começa a agitar a galera contando piadas e fazendo brincadeiras com a platéia, são os últimos preparativos antes do início das provas.



Rodeio tem tudo a ver com nacionalismo



História do Rodeio


No século XIX, após os Estados Unidos vencerem a guerra contra o México, os colonos norte-americanos adotaram os costumes de origem espanhola. O país derrotado, que foi colonizado por espanhóis, tinha influência cultural daquela nação. As touradas são uma das principais características da Espanha. Essa tradição foi introduzida e transformada no México e os Estados Unidos recriaram estas culturas.
Em 1869 aconteceu a primeira prova de montaria na cidade de Colorado. Era uma grande diversão para os vaqueiros. Nas competições eles podiam testar suas habilidades em cima do animal. No início do século XX, o rodeio já era visto como um entretenimento público. Existiam vários eventos no oeste dos Estados Unidos, e as convenções pecuárias eram celebradas.
Durante as primeiras décadas daquele século, lá por volta de 1920, o rodeio já era reconhecido como um esporte competitivo. Havia competições em Boston e na cidade de Nova York que atraiam a atenção em âmbito nacional para este novo esporte. Através da competência e dedicação dos organizadores, o rodeio saltou de esporte para entretenimento público. Esta atividade se tornou na metade do século um grande evento americano.
Até o rodeio chegar ao Brasil, o caminho foi bastante diferente. No início do século XX, já existia a atividade pecuária no interior brasileiro. Os peões que trabalhavam nas fazendas se divertiam ao tentar mostrar suas habilidades em cima dos gados. A cidade de Barretos, que tinha como principal atividade econômica a pecuária, realizou o primeiro rodeio do país em um sábado de 1947. A intenção da prefeitura municipal foi entreter os fazendeiros e os peões locais. É interessante ressaltar que naquela época, início do século passado, os meios de comunicação eram pouco desenvolvidos.
Em 1940 existiam alguns jornais impressos, algumas revistas, e o rádio começava a surgir. Porém os veículos de comunicação daquela época estavam preocupados em integrar o país em escala nacional. O mundo ainda não era globalizado e não se tinha muita informação sobre os outros paises, muito menos sobre sua cultura. Havia bibliotecas também, mas o que pode ter gerado a idéia do rodeio no Brasil foi o cinema. Os filmes norte-americanos rodavam no Brasil desde 1920 e podem ter sido responsáveis pela introdução do rodeio no país.



Provas e Regras


A principal prova de um rodeio, é a montaria em touros. Ela é a que oferece mais perigo aos atletas e conseqüentemente a que atrai mais público. É o duelo entre a coragem, determinação e técnica dos peões, contra a força, a explosão, os músculos e toda a brutalidade do touro.
Momentos antes da prova, o touro fica preso em um cubículo muito pequeno com grades de ferro, chamado de brete. Lá o peão já monta diretamente no lombo do animal, segurando as mãos em apenas uma corda amarrada na parte dianteira do touro. A outra mão fica livre no ar, não podendo ser encostada no animal, nem em qualquer parte do corpo.
Ao abrir a porteira o animal ganha a arena e seu objetivo é se livrar da pessoa que está em cima dele o mais rápido possível, o peão tem toda uma técnica para se manter em cima do boi, que precisa se esforçar para tomba-lo. Ao tentar derrubar o peão um bom touro tem que rodar bastante, inverter seu eixo de rotação (quebrar a paleta) e pular muito sem parar. Um touro em média da 14 pulos durante os oitos segundos. Ao cair no chão, a alternativa que resta ao atleta é tentar se levantar o mais rápido possível e fugir do animal enfurecido.
Apesar dos riscos, a nota final do competidor depende diretamente do touro, não adianta pegar um touro bonzinho, que não pula muito, nesse caso, a nota do peão vai lá para baixo. Vale lembrar que o competidor só recebe pontuação ao ficar os oito segundos em cima do lombo do animal, caso contrário sua nota é zero, o que prejudica muito no seu resultado final. Nessa prova, não é necessário esporear o touro, mas é sempre bom o peão fazer isso, para mostrar aos juízes que ele está tendo total controle sobre o animal.
Mas quem pensa que as provas de rodeio são apenas as montarias em touros está profundamente enganado. Outras oito provas oficiais completam o rodeio. Existem as montarias em cavalos, elas têm um nível de dificuldade menor que nos touros, por ser tratar de um animal mais leve e menos agressivo. São três as modalidades:

Bareback: Prova que teve origem nos Estados Unidos. Nela, o peão tem que ficar oito segundos em cima do cavalo. Essa prova se caracteriza pelo fato do competidor não ter apoio nos pés, já que os estribos não são permitidos, ele tem que ficar agarrado a uma alça de couro posicionada junto à crina do animal. No primeiro pulo o atleta deve posicionar as esporas no pescoço do animal, depois ele puxa as esporas fazendo as pernas alcançaram a alça do “bareback”. O peão fica em uma posição praticamente horizontal. É uma prova que exige força na mão, agilidade no movimento de pernas e muito equilíbrio para esporear o animal de acordo com o sincronismo exigido.
Cutiano: Prova com estilo tipicamente brasileiro de realizar a montaria. O objetivo da prova é ficar oito segundos em cima do cavalo, porém o peão não tem apoio para as mãos no arreio, ele se segura por meio de duas cordas presas na peiteira do animal. O peão deve esporear o animal na região entre a paleta e o pescoço do bicho. Essa prova só é realizada nos rodeios brasileiros e exige muito equilíbrio dos competidores que devem evitar esticar as pernas, pois perderá pontos.


Sela Americana (Saddle Bronc): O peão deve se manter em cima do cavalo no mínimo oito segundos para obter sua nota. Nessa prova o cavalo é arriado com sela. Com uma das mãos o peão segura uma corda de sisal presa ao cabresto, e a outra mão deve ficar livre. No primeiro pulo, o peão posiciona sua espora entre a paleta e o pescoço do cavalo, No segundo pulo puxam-se às esporas da barriga do animal para a parte de trás da sela. É uma das provas mais tradicionais do rodeio, foi criada no ano de 1929 nos EUA.
Além das provas de montaria, existem também as provas cronometradas que exigem do peão velocidade e técnica.
Laço em Dupla (Team Roping): Nesta prova dois competidores devem laçar um bezerro. O laçador cabeceiro tem a tarefa de laçar o pescoço ou o chifre do animal, depois, o laçador peseiro fica com o trabalho de laçar as patas traseiras do animal. O tempo é cronometrado a partir do momento com os peões deixam o box e termina quando um se posiciona na frente do outro com as cordas esticadas. Vence a dupla que realizar a tarefa em menos tempo. A dupla que ultrapassar o tempo limite de dois minutos é desclassificada.

Laço de Bezerro (Calf Roping): Na prova o objetivo do peão é laçar o bezerro em movimento pelo pescoço, depois ele pula do cavalo para amarrar três das quatro patas do animal para que ele fique imobilizado. O tempo é cronometrado assim que o peão deixa o box logo após o bezerro, e termina quando o laçador monta sobre o animal imóvel e levanta as mãos. Ganha o peão que realizar a tarefa no menor tempo e o laçador é desclassificado quando o animal se solta em menos de cinco segundos.

Bulldogging: Nesta prova participam dois peões e um bezerro. Os competidores deixam seu box logo após a partida do bezerro. O peão que fica a direita tem o trabalho de manter o bezerro em uma linha reta, evitando que o animal fuja para o lado, já o outro peão tem um serviço mais complicado, ele salta do cavalo em movimento, agarra a cabeça do bezerro, derrubando-o e virando seu pescoço no chão, dando uma espécie de mata-leão para imobiliza-lo. Sagra-se vencedora a dupla que realizar a tarefa no menor tempo. Caso o tempo limite de 60 segundos seja esgotado, o competidor é desclassificado.


Três Tambores: Uma prova que chama a atenção por ser praticada apenas por mulheres e por unir habilidade com velocidade. Três tambores são colocados na arena a uma distância de mínimo 4 metros entre eles, formando um triângulo. A amazona deve contornar os tambores sem deixa-los cair, podendo apenas toca-los, e voltar em disparada para o ponto de partida. A punição pela queda dos tambores é um acréscimo de cinco segundos por tambor no tempo final. Vence a prova a competidora que realiza-la no menor tempo. O peso da amazona, mais os equipamentos (sela, freia, manta) deve ser de no mínimo 65 kg, para garantir uma igualdade entre as competidoras. Já o cavalo precisa de agilidade e velocidade para contornar os tambores.


Team Penning: Esta prova só foi ser considerada oficial no ano de 2003. Trinta bezerros numerados de 0 a 9 são espalhados em um canto da arena, sendo assim ficam três bezerros para cada número. Três atletas participam da prova, normalmente são membros da mesma família. Montados a cavalo, os peões recebem um número e tem que buscar os bezerros numerados com o número recebido e leva-los para um curral, localizado do outro lado da arena. Ganha a prova quem fizer em menos tempo. Além da dificuldade em ter que levar o animal para o curral é bem complicado conseguir localizar um bezerro no meio de tantos.




Tradições Sertanejas

As festas de Rodeio representam o ápice da cultura sertaneja. Esta que tem a sua origem em cidades interioranas e que contam com atividades agrárias. No Brasil essa cultura caipira cai no gosto de muitas pessoas, inclusive de pessoas que moram em grandes cidades. A musica é a principal fonte de divulgação dos costumes interioranos para o resto da população.
Em meados do século XX, quando começavam a surgir os rodeios no Brasil, o país estava no período democrático. Não havia mais a ditadura de Getúlio Vargas e o país já havia crescido no campo industrial. Os meios de comunicação também já existiam e eram regulamentados pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda).
Precisamente na época em que Juscelino Kubitschek era o presidente brasileiro, entre 1956 e 1961, começavam a surgir manifestações culturais no território nacional. E curiosamente nesse período surgiu o rodeio no país. A musica popular brasileira crescia e era revolucionada pelo movimento bossa nova. Este que representava a emergência urbana do Brasil e recebia uma avassaladora influência norte-americana pós- guerra.
Na contramão deste movimento, com o surgimento dos rodeios, a cultura de campo mostrava a sua garra e não deixava suas tradições caírem no esquecimento com o crescimento da sociedade urbana. Porém, não se pode negar que o rodeio chegou ao Brasil através da influência norte-americana e que estas influências são oriundas do movimento bossa nova.
Cantores Sertanejos, música caipira e country através de suas letras e sons mostravam a vida do campo. As mensagens românticas dos cantores conquistaram o gosto de muitas pessoas e alcançaram o sucesso no país através de shows e discos.
Outros costumes caipiras e que se tornaram tradicionais na festa de Barretos e nos rodeio espalhados pelo Brasil inteiro são a queima de alho, a catira, o concurso do berrante e a violeira Rose Abrão.
A queima de alho acontece desde a primeira edição da festa de Barretos em 1956. A tradição consiste em um concurso culinário onde o vencedor é o cozinheiro que prepara o melhor prato à moda dos tropeiros em um menor espaço de tempo. O prato é composto de arroz carreteiro, feijão gordo, paçoca de carne e churrasco. Para o preparo é utilizado um fogão improvisado, bem próximo ao chão.
Em Barretos, a prova é realizada no Ponto de Pouso, uma área de 1500 metros quadrados instalados em uma reserva florestal dentro do Parque do peão. O mais curioso é que esse nome é uma gíria, no caso, queimar o alho é quando o cozinheiro deixa a comida passar do ponto. O concurso da queima do alho não é aberto ao público e somente os convidados têm o prazer de experimentar os deliciosos pratos da cozinha tropeira.

A tradicional e saborosa queima do alho
Também presente desde o primeiro evento de Barretos, a catira faz parte do folclore da festa. Trata-se de uma coreografia executada por entre seis a dez homens acompanhada de uma dupla de violeiros que ficam tocando e cantando moda sertaneja. Os participantes geralmente são lavradores, boiadeiros e comerciários. Na coreografia eles realçam o bate-pé e o palmeado, enquanto os violeiros ficam frente a frente.

Catira, dança tradiocinal na festa de peão
O concurso do berrante é uma competição onde o vencedor é o berranteiro que consegue tirar os sons mais bonitos do instrumento feito com chifre de boi. Essa atividade exige muita habilidade, pois conseguir tirar um belo som do berrante é difícil, exigindo muito do fôlego. Em Barretos, o concurso do Berrante é realizado sempre no Ponto de Pouso, junto com a queima de alho.
Mulher também sabe tocar berrante

O festival de moda da viola surgiu em 1984 na Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos. Foi criado pelo clube “Os Independentes” com a finalidade de descobrir novos valores para o segmento musical caipira. Os músicos são compositores, que com suas violas produzem músicas caipiras e são bem aceitos. No início do século XXI, já havia muitos compositores profissionais no festival e ele se tornou de alto nível. O festival já revelou grandes talentos da múscica caipira, entre eles a renomada dupla Rio Negro & Solimões.

A tradiconal e empolgante moda de viola

Comitivas

A definição de comitivas, segundo o dicionário Aurélio, é apenas uma mera formalidade, pois trata-la apenas como gente que acompanha é muito pouco pelo seu significado em rodeio. Na prática, as comitivas são grupos de pessoas amantes desse evento cultural e esportivo que se unem com o propósito de difundir e participar das festas de peões em todo Brasil.
Tem uma importância maior que torcida organizada num estádio de futebol, porque além vivenciar a festa em conjunto, ajuda muitas vezes na organização e até condução dos eventos. Existem milhares de comitivas espalhadas pelo país e estão sempre ligadas a algum segmento, seja ele cidade, bairros, ideologias, duplas e cantores sertanejos e até opção sexual. Os nomes das comitivas mostram um pouco dessas influencias e direcionamentos dentro da festa, como por exemplo: Comitiva Boi Doido, Comitiva Cavalo Xucro , Comitiva Bebo pra Kraio, Comitiva Festa Louca entre outras tantas.
A ACESP (Associação das Comitivas do Estado de São Paulo) é o órgão de apoio as comitivas na divulgação e elaboração. Qualquer pessoa pode montar uma comitiva, para registra-la, deverá ser feita uma busca em um cartório para verificar se já existe alguma comitiva com o mesmo nome. Não havendo problema, é só registrar o nome. Após concluída a primeira etapa, deve ser feito um estatuto, com as regras e condições do associado para com a comitiva assinado por um advogado, pelos representantes da comitiva (com firma reconhecida) e registrado no cartório.
Depois, é só preparar a ata da primeira reunião com a assinatura do advogado, sem necessidade de registrá-la em cartório. Por se tratar de algo organizado, cada comitiva tem seu escudo próprio e seu uniforme. Um dos itens importantes no camisão da comitiva é a bandeira. Com base nos padrões adotados, todo integrante de uma comitiva deve ter o bordado da bandeira do Brasil em sua manga esquerda, na parte superior, como símbolo de representação nacional do seu estilo.
Algumas comitivas também utilizam a bandeira de sua cidade, que por sua vez, poderá ser bordada junto com a bandeira brasileira, ou em qualquer outra parte do uniforme. Depois de todas essas formalidades, os membros das comitivas caem na festa, se divertindo dançando músicas country e sertanejas, batendo a bota no chão, levantando poeira, seja nas festas de rodeio ou qualquer lugar e o que mais deixa as pessoas admiradas é a união que existe entre os membros de uma comitiva e a alegria que eles tem em viver a vida.


Bandeira da cidade de São Paulo

Música no ar

Música Caipira Nacional


A música sempre existiu, em qualquer época ela estava presente e sempre serviu como divertimento para o ser humano. Na época da colonização portuguesa em terras brasileiras, tudo era muito primário, mas a famosa viola caipira já existia desde aquele tempo. Porém o material era diferente dos dias de hoje, a viola era cavada em um tronco de árvore mesmo, e as cordas eram feitas de tripas de animais, depois passaram a ser feitas com arame. A partir da viola diversos ritmos e diversas danças foram sendo criados, como o cururu, a catira, o fandango e a moda de viola, ritmos dos primórdios da música sertaneja brasileira, um meio das pessoas da roça expressarem sua cultura.
Com a urbanização do país, a música caipira foi ganhando a cidade, e com a difusão do rádio, artistas sertanejos como Cascatinha & Inhana e Pedro Bento & Zé da Estrada passaram a ter espaço nas grandes gravadoras. No inicio dos anos 60, com o surgimento de Tião Carreiro, a música caipira cresceu mais ainda, foi conquistando novos adeptos, e com o tempo, foi surgindo mais e mais artistas do calibre de Sérgio Reis e Renato Teixeira, artistas que continuam fazendo sucesso mesmo com a virada do século.

Cascatinha e Inhana, dupla percursora da música caipira
Nos anos 80, o country music ganhou muita força comercial, e as violas elétricas foram adaptadas a música caipira, culminando com a explosão da dupla Chitãozinho e Xororó no ano de 1982. Outras duplas de sucesso vieram em seguida, e a tradicional musica sertaneja de raiz passou a dar espaço a músicas mais românticas.
Assim cantores como Zezé di Camargo & Luciano e Leandro & Leonardo arrastaram multidão de fãs em seus shows nos anos 90. Existem os que desaprovam as mudanças de rumo que teve a música sertaneja ao longo do tempo. Michel Roulet é um dos que prefere o sertanejo de raiz, “os sons atuais parecem música de corno”, ele ainda classifica duplas como Zezé di Camargo & Luciano e Edson & Hudson como “breganejo”.
Independente ou não da polêmica, a música sertaneja continua a ser destaque nesse início de século. Duplas como Bruno & Marrone, Edson & Hudson, e mesmo as mais antigas como Zezé di Camargo & Luciano ainda ganham muito destaque nos programas de auditório da televisão e sempre estão entre as músicas mais executadas nas rádios de todo o Brasil.
E o carinho do público com esses artistas as vezes extrapolam os limites éticos. A consultora de vendas Jenifer Faria é uma delas, vai em tudo quanto é show dos seus ídolos Zezé di Camargo & Luciano, “já fui para Florianópolis, São Paulo, Londrina, Ponta Grossa Maringá, entre outros” conta em entrevista a rádio 98 FM. Se não bastasse isso, Jenifer ainda fez uma tatuagem gigante em suas costas com o rosto dos músicos.
Um cowboy pode gostar de outros estilos musicais, isto não irá tirar o rótulo dele, porém em uma festa de rodeio, você irá ouvir muita música sertaneja nacional e também música country de artistas internacionais, como Garth Brooks, Alan Jackson e Shania Twain.


Conhecendo os artistas

Garth Brooks: Quem é que nunca cantarolou “Standing Outside On Fire?. Essa música é um dos maiores sucessos do gênero country no Brasil e presença constante em todas as festas de rodeios. O autor dela é Garth Brooks, o cantor country mais famoso do mundo. Brooks é um fenômeno, em 10 anos de carreira, vendeu mais de 100 milhões de discos só nos Estados Unidos, sendo responsável pela popularização da música country por lá. Aqui no Brasil ele já se apresentou na festa do Peão de Barretos no ano de 1998.

Shania Twain: Cantora canadense que une o pop ao country, suas músicas animam qualquer festa country, diversas delas ficaram no topo das paradas norte-americanas. Shania hoje é uma referência do country music. Sua beleza também contagia a todos. Infelizmente a cantora nunca se apresentou em terras brasileiras.

Shania Twain em apresentação histórica no Super Bowl

Alan Jackson: Ícone da música country americana, ganhou fama também aqui no Brasil. Levou mais de 80 mil pessoas em um espetáculo de primeira na Festa do Peão de Barretos, e já gravou uma música com o cantor Leonardo. Seus discos já ultrapassaram a marca de 40 milhões de cópias vendidas nos EUA.

Zezé di Camargo & Luciano: Começaram o estrelato em 1991 com o hit “É o Amor” e desde então não pararam mais de fazer sucesso. Hoje possuem uma legião de fãs e com 13 anos de carreira já ultrapassaram a marca de 13 milhões de discos vendidos e possuem uma média de 120 shows por ano. Zezé se destaca pela sua voz inconfundível e Luciano pelo seu jeito caipira de ser. No ano de 2005 ganharam a tela dos cinemas com o filme “2 filhos de Francisco” sucesso de público e crítica.

Chitãozinho & Xororó: 30 anos de carreira e muito fôlego ainda pela frente. Essa dupla estourou no ano de 1982 com a clássica “Fio de Cabelo”, o sucesso foi tanto que invadiu as rádios por todo o país, abrindo as portas para a nova música sertaneja, onde eram utilizados outros instrumentos musicais além da viola caipira. Depois disso vieram sucessos atrás de sucessos.

Rio Negro & Solimões: Dupla que atingiu o sucesso no ano de 2000 com a música “Bate o Pé”. Possuem um estilo próprio com músicas dançantes. A voz forte do Rio Negro e as palhaçadas de Solimões não deixam ninguém parado em uma festa de rodeio.

Bruno & Marrone: Com 13 anos de carreira, eles vieram de Goiás e ganharam fama no ano de 2001 com a música “Dormi na Praça”. A dupla é considerada a responsável pelo novo crescimento da música sertaneja no Brasil, que vivia um período de baixa. A receita do sucesso é as músicas românticas cantadas pela voz forte e impressionante do Bruno e a simpatia do carismático Marrone.

Bruno & Marrone, uma das maiores duplas da atualidade

Edson & Hudson: Nascidos no interior paulista, começaram de baixo, cantando em bares, praças públicas e rodeios. Aos poucos foram conquistando o sucesso e hoje é uma das principais duplas sertanejas do Brasil. A dupla alia o jeito debochado do Edson com toda a competência de Hudson com sua guitarra.

Daniel: Em carreira solo, depois de perder o parceiro João Paulo, passou a cantar músicas românticas, ideais para se dançar coladinho. Mas seu repertório conta também com músicas dançantes que agitam o seu show e garantem a diversão do público.


Invasão de outros estilos

As festas de rodeios pelo Brasil e principalmente a festa de Barretos abriu espaço para todos os estilos musicais, em um evento desse, nenhuma tribo fica de fora. Assim bandas como Detonautas, Capital Inicial, Charlie Brown Jr, O Rappa, Jota Quest, Inimigos da HP, Chiclete com Banana, Asa de Águia e Ivete Sangalo fizeram apresentações no parque do peão, teve até dupla sertaneja Rio Negro & Solimões cantando em cima de um trio elétrico.

Arena lotada no show de Rio Negro & Solimões
Na primeira sexta-feira da festa, após as competições, diversos DJs comandaram o som de suas cabines, entre eles nomes super conceituados como Patife e Marky Mark. Essa noite foi dedicada exclusivamente a música eletrônica e o estádio de Barretos foi palco de uma grande rave.
Acaba-se criando uma polêmica em torno disso, se é válido misturar bandas de rock e pagode com o estilo country e sertanejo. Milton Capps, da cidade de Jaú era um dos insatisfeitos com essa atitude dos organizadores. “Assisti a todos os shows da primeira semana, desses, o melhor e com mais gente foi o do Edson e Hudson”. Sua maior insatisfação, porém foi o fato de sexta-feira só ter tocado música eletrônica. “Duvido que em uma festa rave ou micareta fossem colocar música country e sertaneja, com certeza o pau ia quebrar”.
Já o piracicabano Rodrigo Trevisan, de 30 anos, tem uma opinião contrária, para ele tudo virou festa: “Estive no segundo fim de semana, e esse sim foi mistura, na sexta Bruno e Marrone e depois Babado Novo. No sábado então foi uma mistura que deixou todo mundo louco” Rodrigo também elogia os organizadores do evento. “É uma festa para todos os gostos e estava muito bom”.

Claudia Leite agitando o Barretesão com o Babado Novo
Para o sonoplasta Lessauro, o rodeio deixou de ser uma festa que só vai quem gosta das competições. “Virou uma balada”, conta. Ele também acha normal a música eletrônica entrar com tudo. “As bandas de baile estão perdendo espaço para os DJs atualmente”.