terça-feira, 28 de agosto de 2007

Tradições Sertanejas

As festas de Rodeio representam o ápice da cultura sertaneja. Esta que tem a sua origem em cidades interioranas e que contam com atividades agrárias. No Brasil essa cultura caipira cai no gosto de muitas pessoas, inclusive de pessoas que moram em grandes cidades. A musica é a principal fonte de divulgação dos costumes interioranos para o resto da população.
Em meados do século XX, quando começavam a surgir os rodeios no Brasil, o país estava no período democrático. Não havia mais a ditadura de Getúlio Vargas e o país já havia crescido no campo industrial. Os meios de comunicação também já existiam e eram regulamentados pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda).
Precisamente na época em que Juscelino Kubitschek era o presidente brasileiro, entre 1956 e 1961, começavam a surgir manifestações culturais no território nacional. E curiosamente nesse período surgiu o rodeio no país. A musica popular brasileira crescia e era revolucionada pelo movimento bossa nova. Este que representava a emergência urbana do Brasil e recebia uma avassaladora influência norte-americana pós- guerra.
Na contramão deste movimento, com o surgimento dos rodeios, a cultura de campo mostrava a sua garra e não deixava suas tradições caírem no esquecimento com o crescimento da sociedade urbana. Porém, não se pode negar que o rodeio chegou ao Brasil através da influência norte-americana e que estas influências são oriundas do movimento bossa nova.
Cantores Sertanejos, música caipira e country através de suas letras e sons mostravam a vida do campo. As mensagens românticas dos cantores conquistaram o gosto de muitas pessoas e alcançaram o sucesso no país através de shows e discos.
Outros costumes caipiras e que se tornaram tradicionais na festa de Barretos e nos rodeio espalhados pelo Brasil inteiro são a queima de alho, a catira, o concurso do berrante e a violeira Rose Abrão.
A queima de alho acontece desde a primeira edição da festa de Barretos em 1956. A tradição consiste em um concurso culinário onde o vencedor é o cozinheiro que prepara o melhor prato à moda dos tropeiros em um menor espaço de tempo. O prato é composto de arroz carreteiro, feijão gordo, paçoca de carne e churrasco. Para o preparo é utilizado um fogão improvisado, bem próximo ao chão.
Em Barretos, a prova é realizada no Ponto de Pouso, uma área de 1500 metros quadrados instalados em uma reserva florestal dentro do Parque do peão. O mais curioso é que esse nome é uma gíria, no caso, queimar o alho é quando o cozinheiro deixa a comida passar do ponto. O concurso da queima do alho não é aberto ao público e somente os convidados têm o prazer de experimentar os deliciosos pratos da cozinha tropeira.

A tradicional e saborosa queima do alho
Também presente desde o primeiro evento de Barretos, a catira faz parte do folclore da festa. Trata-se de uma coreografia executada por entre seis a dez homens acompanhada de uma dupla de violeiros que ficam tocando e cantando moda sertaneja. Os participantes geralmente são lavradores, boiadeiros e comerciários. Na coreografia eles realçam o bate-pé e o palmeado, enquanto os violeiros ficam frente a frente.

Catira, dança tradiocinal na festa de peão
O concurso do berrante é uma competição onde o vencedor é o berranteiro que consegue tirar os sons mais bonitos do instrumento feito com chifre de boi. Essa atividade exige muita habilidade, pois conseguir tirar um belo som do berrante é difícil, exigindo muito do fôlego. Em Barretos, o concurso do Berrante é realizado sempre no Ponto de Pouso, junto com a queima de alho.
Mulher também sabe tocar berrante

O festival de moda da viola surgiu em 1984 na Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos. Foi criado pelo clube “Os Independentes” com a finalidade de descobrir novos valores para o segmento musical caipira. Os músicos são compositores, que com suas violas produzem músicas caipiras e são bem aceitos. No início do século XXI, já havia muitos compositores profissionais no festival e ele se tornou de alto nível. O festival já revelou grandes talentos da múscica caipira, entre eles a renomada dupla Rio Negro & Solimões.

A tradiconal e empolgante moda de viola

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