terça-feira, 28 de agosto de 2007

Heróis não valorizados

O rodeio aqui no Brasil ainda está longe de ser uma unanimidade, nos Estados Unidos já é uma tradição muito antiga e lá os peões são famosos e bem mais valorizados que aqui. “Lá o peão é tratado como jogador de futebol aqui no Brasil” diz Edgard Lazaro de Oliveira em entrevista a Eugênio José de Lima, peão que compete no rodeio universitário e dono de um blog na internet, onde conta bastidores do mundo dos peões. Edgard é um dos atletas brasileiros que são super valorizados nos Estados Unidos e um mero desconhecido aqui no país.
Outro peão com fama e status lá fora é Guilherme Marchi, da cidade de Leme, interior de São Paulo. Guilherme diz que nos Estados Unidos os organizadores não visam o lucro do evento e sim melhorar a associação onde eles fazem de tudo para o peão. “Lá nós somos profissionais e nosso trabalho é reconhecido”.

Desconhecido no Brasil, Guilherme Marchi faz sucesso nos EUA

Paulo Roberto Franzin, conterrâneo de Marchi, acompanhou as competições de Barretos na arquibancada, “nem sabia de quem se tratava”, diz Paulo, que só foi conhecer o peão no dia da final do rodeio em touros. “No meu ponto de vista, poderia ter muito mais destaques para esses atletas que se destacam no exterior e aqui são desprezados” diz.
Guilherme Marchi nos fez uma boa discrição de como se sente ao viver em função do rodeio. “Viajo praticamente toda semana, e é gostoso que da para conhecer diversas pessoas e lugares”. Guilherme não esconde que o rodeio é uma profissão de risco, ele está fazendo seu pé de meia nos Estados Unidos, onde a premiação é muito superior ao do Brasil e pretende se aposentar o mais rápido possível. “Priorizo sim os rodeios aqui nos Estados Unidos, tenho que fazer minha vida aqui, pretendo me aposentar rápido e minha esposa gosta muito daqui”.
Nos ano de 2005 e 2006 conquistou excelentes resultados em terras norte-americanas, por suas vezes se sagrou vice-campeão da principal competição de rodeio em touros do mundo, a PBR.
O rodeio organizado pela PBR, Professional Bull Ridding, é considerado o maior do mundo. Com etapas disputadas nos Estados Unidos, a PBR é o principal titulo que um profissional em montaria pode conseguir na carreira. Dois brasileiros já obtiveram a incrível façanha de ser campeão do mundo.
Adriano Moraes conseguiu essa proeza por três vezes, faturou o título da PBR em 1994, 2001 e 2007. Adriano pode muito bem ser considerado o melhor peão que já existiu no Brasil. Por ser um esporte pouco difundido no país, ele faz mais sucesso nos Estados Unidos, onde até virou tema de um documentário de 10 capítulos no canal Discovery. O documentário ainda está em fase de produção, mas com certeza irá projetar ainda mais o nosso tri-campeão.
No Brasil, ele ainda é pouco conhecido, em um levantamento feito com alguns colegas de faculdade na FIAM, constatamos que ninguém nem sabe quem é Adriano Moraes, dos 50 alunos que perguntamos, apenas um o conhecia, o estudante de jornalismo Francisco Luciélio Guimarães, mas não pelo fato de montar e sim por seu trabalho religioso na Canção Nova, uma comunidade católica com objetivo de evangelização através dos meios de comunicação. Porém para qualquer pessoa que pretende saber o que é rodeio, é necessário conhecer um pouco da vida do nosso campeão.
Nascido em Quintana, interior de São Paulo, tinha uma família humilde e algumas vezes passou necessidades na infância. Graças ao rodeio conseguiu construir uma carreira sólida, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, onde é um dos peões mais valorizados, há mais de dez anos compete no exterior e sempre esteve entre os melhores. Sua esposa Flávia ele conheceu em novembro de 1989 quando foi montar na cidade de Matão, desse casamento rendeu os seus três filhos.
Com a boa premiação das competições, Adriano conseguiu ajudar seus familiares, fazer uma bela carreira profissional e o mais importante construir uma família. Adriano não agradece só ao rodeio, mas a Deus também que ele credita todo o seu sucesso e quando não está montando procura sempre participar de atividades religiosas.

O tri-campeão do mundo Adriano Moraes

Ednei Caminhas é o outro peão brasileiro que já obteve o título da PBR, foi no ano de 2002. Nascido na cidade de Indaiatuba, interior de São Paulo, Ednei começou a competir com 17 anos.
Com os bons resultados foi tentar a sorte em território norte-americano no ano 2000 e logo de cara já ganhou fama ao permanecer durante oito segundos sobre o temido touro Dillinger, até então imbatível. Participou também de um desafio com o touro Bandido, o mais agressivo do Brasil, no ano de 2004, mas se tornou uma das mais de 200 vítimas do feroz animal.
Em entrevista a Tv Rodeio, Ednei conta que os bois brasileiros são os que causam maior dificuldade aos peões. “Os animais brasileiros pulam com a traseira e são mais ligeiros. Já os americanos são um pouco mais fortes e pulam para frente, o que favorece os competidores”, destacou Caminhas para o site da Tv Rodeio.
O rodeio atualmente é considerado um esporte, e os peões são considerados atletas profissionais. Seguindo os passos da PBR, os peões brasileiros também criaram a sua própria associação, no ano de 2003 foi fundada a PRT, uma associação brasileira dos profissionais em touros.
A PRT foi feita justamente para profissionalizar o esporte e melhorar as condições de segurança e premiação do atleta. Sua criação foi orientada pela PBR através do Adriano Moraes. “Para o futuro espera-se que a PRT e a PBR seja uma única só associação” diz o presidente executivo da PRT Flávio Junqueira.
Só no ano de 2005, 17 etapas foram realizadas, a premiação beirou os 200 mil reais e a tendência é a PRT ir ganhando força a cada ano que passa.
Os competidores mesmo que decidiram entre eles quem exerceria as funções políticas da PRT, o presidente eleito foi André Metzer. Na época ele disputava provas nos Estados Unidos, mas aceitou fazer parte dessa associação, mesmo tendo que comprar briga com empresários que controlavam o meio.
Com a criação da PRT, o rodeio passou a ter muitas melhoras. As etapas contam com os 45 peões bem mais colocados no ranking, mas existe também uma divisão de acesso, para os peões que buscam estar entre os 45 melhores.
André Metzer nos contou, dias após a festa de Barretos de 2005, que a premiação melhorou significativamente, as inscrições deixaram de ser cobradas, os atletas adquiriram o direito de levar convidados para assistir as provas e em cada etapa uma equipe médica especializada acompanha os competidores que em caso de contusão recebem assistência da melhor qualidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

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